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quinta-feira, 29 de março de 2018

A valorização e a importância da pesquisa, do patrimônio e percepção ambiental como instrumento de aprendizagem no cotidiano escolar


 Quando pensamos a respeito do tema patrimônio cultural somos arremessados para uma concepção sobre monumentos e relacionamos o valor cultural do bem local apenas às construções em pedra e cal. No entanto, o Projeto ‘Revelando o Patrimônio’[1] perpassou por outro conceito de identificação: de sentir-se parte integrante de uma comunidade específica e assim construir junto ao educando um sentimento de pertencimento; de descobrir-se parte integrante de algo maior. Assim, difere daquela perspectiva do patrimônio-monumento e traz para a educação uma prática de sensibilização para a necessidade de preservar, cuidar e de se apropriar dos bens locais.
Tive o prazer de acompanhar este projeto que resgata a história local, trazendo uma proposta pedagógica multidisciplinar, proporcionando a aprendizagem por meio da pesquisa, colocando o aluno no papel de pesquisador e produtor de conhecimento. Este enfoque se instalou na pesquisa na escolha do objeto de estudo e nas demais etapas de desenvolvimento do trabalho de investigação: pesquisa bibliográfica, visitas de campo, entrevistas, registros fotográficos, identificação do problema, conclusão e elaboração de materiais através de oficinas de fotografias, de escritas dentro de vários gêneros textuais e a elaboração de um inventário cultural. O aluno-pesquisador foi capaz de gerar conhecimento e se identificar como parte integrante da história, da cultura e do ambiente para além dos muros da escola.
Minha formação e experiência educacional me permite fazer algumas observações sobre este projeto que abordou aspectos das ciências humanas e da ciência da natureza, pois estabelece questões que convergem tanto para a educação ambiental como para a educação patrimonial. Através da abordagem das relações históricas e culturais do patrimônio a educação ambiental se faz presente, pois dialoga com a identificação do ser humano enquanto parte integrante da natureza em uma relação de sustentabilidade, reconhecimento e atribuição de valor. É o conhecer para preservar.
Uma proposta de resgatar, desde cedo o sentimento de pertencimento, leva ao apego e conduz a uma sensibilização prévia, capaz de gerar conscientização e formar um conhecimento consolidado. Revelar o patrimônio ao educando e propor uma valorização do bem local é fundamental para o seu desenvolvimento, pois quando se valoriza, luta-se pela conservação e preservação do patrimônio público, pela cultura, história e tudo que está inserido no ambiente. São ações locais que acabam por afetar toda uma nação que se inicia em uma localidade. Esta concepção de jogos de escalas, do local para o global, não é novidade, pois já foi proposta pela Agenda 21 que teve sua culminância com a segunda Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Rio-92 ou Eco-92, entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. No entanto percebemos que este conceito e sentimento ainda está ausente em grande parte de nossa sociedade.
O patrimônio cultural é uma importante chave de reconhecimento e proteção de elementos culturais e ambientais das diversas formas de existir que constituem a memória e os vínculos de identidade de uma comunidade. Assim, é fundamental que os diversos grupos sociais consigam olhar para si e descobrir quais são suas referências, práticas culturais e tradições que os definem como este grupo social se difere dos outros, o que privilegia o reconhecimento das diferenças socioculturais e o fortalecimento das relações de alteridade. É a tolerância que também está inserida neste projeto.
Identifico no Projeto Revelando o Patrimônio a busca pela tomada da consciência ambiental pelo homem, definida como percepção ambiental. Segundo Ariane Kuhnen (2011, p.250)

A percepção ambiental esta relacionada ao modo como as pessoas experienciam os aspectos ambientais presentes em seu entorno, para o que são importantes não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos sociais, culturais e históricos. Graças a sua função de interpretação e de construção de significados, a percepção ambiental exerce papel fundamental nos processos de apropriação e de identificação dos espaços e ambientes.

A percepção está agregada às sensações, aos sentidos, memórias, experiências, sentimento de afetos, apropriação e identidade do local. Tratando-se de ambiente urbano, muitos são os aspectos que, direta ou indiretamente, afetam a grande maioria dos habitantes – pobreza, criminalidade, poluição, etc. Estes fatores são relacionados como fontes de insatisfação à vida urbana. Percebemos manifestações muito comuns de insatisfação da população em geral como o descaso, o vandalismo, a poluição, ou seja, condutas agressivas em relação aos elementos físicos e arquitetônicos, normalmente lugares públicos. Talvez, o hábito da usurpação da coisa pública desde as altas esferas faz com que muitos cidadãos não sintam que o público é de todos e tenha mais a impressão de que o público não pertence a ninguém, e tais agressões físicas ao ambiente muitas vezes acontece pela ausência do sentimento de pertencimento. O desapego facilita o mal uso, o descaso, a depredação.
Assim, o estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que possamos compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas, como o reconhecimento da importância do patrimônio cultural local para a preservação da memória e da identidade, além da identificação das transformações temporais no tocante à ocupação do espaço e as mudanças na paisagem. Deste modo, conduzir os alunos na valorização do lugar onde moram, estudam, onde os pais trabalham e está inserida a família é o começo da luta por uma melhor condição de vida e melhores condições ambientais. Valorizar e proteger o patrimônio traz para a educação uma oportunidade transdisciplinar capaz de gerar pontes entre o mundo escolar e seu entorno. É o reagir local para agir globalmente.
Também preciso ressaltar sobre a importância de ensinar a pesquisar. O projeto traz esta vertente de uma forma muito clara e objetiva. A pesquisa, além de ser uma via para a construção do conhecimento, é  base para o progresso humano no mundo científico, tecnológico e cultural. Assim, a pesquisa intenta formar sujeitos curiosos acerca do que se passa no mundo e, por meio dessa busca, o conhecimento é construído pelo próprio educando. Termino esse texto com a frase inspiradora de Albert Einsten: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”


BOTINHA, Fabiana S.B.B. A valorização e a importância da pesquisa, do patrimônio e percepção ambiental como instrumento de aprendizagem no cotidiano escolar. Fascículo da Catálogo do Programa Revelando o Patrimônio: revista de artigos pedagógicos. Belo Horizonte: Compreender Consultoria em Responsabilidade Social, p30-31,2018.





[1] Aplicado aos alunos do Programa Escola Bem Integral de Betim, patrocinado pela empresa VLI (Valor de Logística Integrado) e desenvolvido pela Compreender Consultoria em Responsabilidade Social com o apoio da Superintendência da Escola Integral, na gerência da Superintendente Meirilane Rangel.


KUHNEN, Ariane.; HIGUCHI Maria Inês Gasparetto. Percepção e representação ambiental - métodos e técnicas de investigação para a educação ambiental. Temas básicos em psicologia ambiental. Petropolis: Vozes,  p. 250-266, 2011.

domingo, 25 de março de 2018

Elo

Em Por Toda a Vida, os românticos chamariam este enredo de uma história de amor, outros diriam que é uma tragédia, talvez seja um pouco dos dois. Uma história emoldurada de ficção e realidade que conduz a profundas reflexões sobre diversos temas. Aborda questões científicas e acadêmicas importantes na área de saúde pública, no entanto, tais informações são colocadas através de gêneros e linguagens acessíveis a todos, dentro de uma trama com que une a ciência e literatura para levar a informação correta e confiável, de uma forma que alcance o coração das pessoas: “é possível existir um elo entre a ciência e a sociedade”. O conhecimento é capaz de transformar vidas.


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Efeitos do Álcool no Organismo Humano


A dependência do álcool é uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10% da população adulta brasileira. Os descendentes de alcoólatras estão mais suscetíveis ao vício, pois, a tolerância é mais facilmente desenvolvida, graças às suas heranças genéticas. O consumo do álcool causa, em primeiro momento euforia, desinibição e sociabilidade. Conforme aumenta a dose, os efeitos passam a ser mais depressivos. Os indivíduos dependem do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais frequentes são as doenças do fígado, do aparelho digestório e do sistema cardiovascular. O álcool produz vários efeitos na medula óssea, resultando em anemias, leucopenia e trombocitopenia. Também afeta a parte do cérebro que controla a frequência respiratória e cardíaca. À medida que o alcoolismo avança as repercussões sobre o corpo se agravam. Os alcoólatras tornam-se mais susceptíveis a infecções porque suas células de defesas são em menor número. O álcool interfere diretamente com a função sexual causando a impotência e perda da libido, além de ginecomastia e testículos atrofiados. Aproximadamente, 95% do álcool ingerido é metabolizado pela enzima desidrogenase alcoólica, os outros 5% são excretados sem sofrer qualquer transformação. O corpo humano trabalha em perfeito equilíbrio, e este deve ser mantido para que tudo funcione bem. O álcool é uma das substâncias que, se ingeridas em excesso, afeta o funcionamento do organismo, podendo causar grandes desequilíbrios. Em outras palavras, quando bebemos demais, não funcionamos mais como deveríamos. O álcool pode destruir a saúde, a família e a vida.

ROSA, Aline de Assis¹; LOPES, Clabian Úrsula F.C.H.¹; OLIVEIRA, Fabiana Bráz de¹; BOTINHA, Fabiana da Silva¹, ALMEIDA, Fernanda Cristina¹; SOUZA, Lidiane Guimarães¹; CÂMARA, Luana de Almeida¹; DINIZ, Karina Pego¹; GAVIÃO, Patrícia Araújo Barreto¹; VIEIRA, Fernanda Guimarães². In: IV Semana do Meio Ambiente, 2005, Betim. Anais. Meio Ambiente e Saúde, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, 15 a 18 de julho de 2005, Betim.

¹ Graduandos Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. ² Docente. PUC Betim. (fasbbotinha@gmail.com.br)

DNA na Prática Forense


O exame do perfil de DNA possui as mais variadas aplicações judiciais e também é aplicado para casos de paternidade, determinação de sucessão de bens por herança, identificação de cadáveres, dentre outros. A caracterização do material biológico tem por objetivo limitar ou reduzir o número de indivíduos que poderiam ser a fonte do material. Isto só é possível porque o DNA possui todas as informações genéticas de um indivíduo, essas informações são determinadas pela sequência com que as bases nitrogenadas ( A,C,G,T ) estão dispostas nos cromossomos e estas sequências variam de indivíduo para indivíduo. O perfil do DNA é obtido através da análise do material genético do suspeito, procedimento este que inclui sete etapas: coletam-se amostras de material orgânico que possuam células nucleadas ( saliva, sêmen, pelos, dentes, ossos ou outro tecido celular ou fluido ). Isola-se o DNA, que deve ser extraído das células ou tecido da amostra, corta-se o mesmo com uma enzima de restrição, sendo as enzimas HIND III e Eco RI as mais utilizadas. Os fragmentos obtidos após o corte devem ser separados e ordenados por tamanho através da técnica de eletroforese. Após a amplificação do DNA ( realizada pela PCR ), uma análise comparativa do DNA das amostras é feita, e através de cálculos estatísticos emite-se um relatório com o laudo requerido.

VELOSO, Cibele¹; LOPES, Clabian Úrsula F.C.H.²; OLIVEIRA, Fabiana Bráz de²; BOTINHA, Fabiana da Silva², ALMEIDA, Fernanda Cristina²; SOUZA, Lidiane Guimarães²; CÂMARA, Luana de Almeida²; GAVIÃO, Patrícia Araújo Barreto². In: IV Semana do Meio Ambiente, 2005, Betim. Anais. Meio Ambiente e Saúde, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, 15 a 18 de julho de 2005, Betim.



¹Docente. ²Graduando Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. (fasbbotinha@yahoo.com.br)

sábado, 24 de março de 2018

Trilhas Interpretativas Como Atividade de Educação Ambiental


Uma paisagem a cada novo olhar ou reflexão, pode apresentar cenários e dimensões diferentes. Trilhas interpretativas em uma visão mais abrangente é a percepção, compreensão e interpretação de elementos de um percurso, sejam eles de ordem biológica, histórica, geográfica, antropóloga, cultural entre outros, de acordo com um tema pré-determinado para atender as necessidades do público de interesse a ser trabalhado. O objetivo geral de uma trilha é promover uma visita agradável, relaxante, descontraída, informativa e enriquecedora, em que o grupo perca seus hábitos urbanos e tenha um contato mais íntimo, havendo uma correlação intrínseca entre homem e natureza. 

A essência está em aproveitar o caminho, ao invés de simplesmente chegar.  Uma percepção ambiental do visitante é necessária para um bom conhecimento do entorno, que se constituem de tradução da linguagem da natureza por meio de uma gama de estímulos recebidos durante o trajeto, assim uma interdisciplinaridade científica é extremamente necessária, senão obrigatória.   Uma trilha pode ser puro encantamento, uma lição de sabedoria, emoções e sentimentos e deve ser avaliada em todo o seu trajeto: rotas, acessos, mirantes, placas informativas, estado de conservação e manutenção, tendo em vista que a apreciação da área pelos visitantes está intimamente ligada à escolha do lugar. Portanto, devem-se levar em considerações os segmentos, de acordo com o IAPI (Indicadores de Atratividade de pontos Interpretativos): Levantamento dos indicadores para a interpretação; levantamento de indicadores de atratividade, elaboração de uma ficha de campo e seleção final. O percurso deve ser envolvente e criativo dando um sentido especial às trilhas interpretativas sendo, portanto, subsídios imprescindíveis à prática de educação ambiental. È um recurso importante para conscientizar, sensibilizar e desenvolver atitudes e condutas sob uma visão conservacionista buscando o resgate do significado da integração ambiental mediante o conhecimento.    


LEITE, Eugênio¹; BOTINHA, Fabiana da Silva²; ALMEIDA, Fernanda Cristina Medeiros de²; SOUZA, Gisele Rodrigues². Trilhas Interpretativas como Atividade de Educação Ambiental. In: IV Semana do Meio Ambiente, 2005, Betim. Anais... Meio Ambiente e Saúde, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, 15 a 18 de julho de 2005, Betim.


 ¹Docente. ² Graduandos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. (fasbbotinha@gmail.com.br)


Artigo Percepção Ambiental da Comunidade Imediata ao Entorno do "Parque" Municipal Felisberto Neves, Betim - MG.


Resumo

O meio ambiente vem sofrendo muitas mudanças e estas estão diretamente ligadas à forma com que cada indivíduo percebe o ambiente e por essa razão, o Estudo da Percepção Ambiental é importante para que possamos compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas. Somente conhecendo a cada indivíduo é possível a realização de um trabalho com bases locais, partindo da realidade do público de interesse uma vez que este percebe, reage e responde diferencialmente frente às ações sobre o meio. O Parque Municipal Felisberto Neves é uma Unidade de Conservação Municipal localizada na área urbana do Município de Betim e é a única área verde arborizada e contínua existente na região, serve como refúgio para uma significativa fauna de pequenos animais que se encontra em harmonia com a vegetação ali existente. Esta localização privilegiada induz a fortes ações antrópicas provenientes da urbanização. Dentro deste contexto a necessidade de mudar o comportamento do homem em relação ao uso dos recursos naturais no sentido de promover um modelo de conservação na região, para isso a percepção ambiental tornasse um instrumento de extrema importância para o êxito nos resultados finais com trabalho de Educação Ambiental.

Palavras-chave: Meio ambiente; Percepção ambiental; Parque Municipal; Educação Ambiental.

Publicado em Sinapse Ambiental, v.4 n.2 Dezembro de 2007.
Leia o Artigo Completo em: